Em 1933, a recusa dos anarquistas em dar apoio aos partidos de esquerda e sua propaganda pela "greve do voto" permitem a vitória eleitoral da direita, representada pela Confederação das Direitas Autónomas (CEDA) de José Maria Gil Robles. Segue-se uma insurreição da esquerda, que foi mal sucedida em toda a Espanha, menos nas Astúrias, onde os operários dominaram Gijón por 13 dias. Este evento ficou conhecido como Comuna das Astúrias.
Com milhares de militantes feitos prisioneiros, os anarquistas decidem apoiar a esquerda nas eleições de 1936. Espera-se que o novo governo lhes conceda amnistia. A esquerda vence em 16 de Fevereiro, com 4.645.116 votos, contra 4.503.524 da direita e 500 mil votos do centro, mas as particularidades do sistema eleitoral - que favorecia as maiorias - dão à esquerda a maioria das cadeiras no parlamento.
Alcalá Zamora encarrega Azaña de formar um governo. Em maio de 1936, Alcalá Zamora é destituído e Azaña assume a Presidência da República, tendo como seu primeiro-ministro o socialista Largo Caballero. A direita então lança-se a preparar um golpe militar que se concretiza em 18 de Julho.
Os rebeldes controlavam o Marrocos Espanhol, as Canárias (excepto a ilha de La Palma), as Baleares (excepto Minorca) e o oeste da Espanha continental. As Astúrias, a Cantábria, o País Basco e a Catalunha, assim como a região de Madrid e Múrcia, estavam nas mãos dos republicanos. Mas os rebeldes conseguem apoderar-se das cidades mais importantes da Andaluzia: Sevilha, Cádi, Granada e Córdoba.
Os rebeldes nacionalistas tomarem Badajoz, em Agosto de 1936, o que lhes permite organizar um frente coerente contra o campo republicano - estratégia esta, mais rotineira, adoptada por Franco, que preferiu apoiar-se primeiro sobre a fronteira do Portugal a tentar um avanço directo até Madrid, a partir do Sul.
A morosidade dos rebeldes e a acção das milícias populares na defesa republicana fizeram com que o conflito assumisse, assim, um carácter ideológico e potencialmente revolucionário.
Uma vez tendo feito junção as forças rebeldes em Badajoz, inicia-se o avanço sobre Madrid, buscando-se encerrar a campanha o mais rápido possível.
Em 8 de Novembro começa a Batalha de Madrid, mas o lento movimento das forças rebeldes, que haviam levado três meses deslocando-se a partir de Sevilha, permite ao governo republicano estabilizar o frente em 23 do mesmo mês.
A resistência das Brigadas Internacionais republicanas frustra os planos das forças italianas e, mais uma vez, converte o que se pretendia como golpe de estado numa guerra civil de longa duração, em que o acirramento das paixões políticas internas era potencializado pela presença de contingentes militares estrangeiros, ideologicamente opostos, numa verdadeira guerra civil europeia, em que voluntários italianos fascistas e alemães nazistas, por exemplo, enfrentavam voluntários esquerdistas das mesmas nacionalidades.
A substituição do governo republicano de Largo Caballero pelo de Juan Negrín - que buscou apoiar-se, internamente, no Partido Comunista, e, externamente, na aliança com a União Soviética - deu conta do acirramento ideológico do conflito, mesmo no interior do campo republicano, levando aos incidentes de maio em Barcelona, de enfrentamento armado entre forças do governo e comunistas contra diversas milícias de Extrema Esquerda - anarquistas, trotskistas e semi-trotskistas -seguidos por uma cruel repressão policial à mesma Extrema Esquerda, sob o comando dos comunistas. Neste interím, o governo Negrín tenta substituir as milícias, tanto quanto possível, por um exército republicano regular, e lança, em Agosto, na frente de Aragão, uma ofensiva em Belchite, tentando aliviar a pressão sobre a frente Norte.A ofensiva fracassa; o lado republicano tinha menos armas modernas (blindados e aviões) do que o nacionalista, e, ao invés de combinar acções defensivas com a infiltração de guerrilheiros na retaguarda franquista.
Em Março de 1939, começa uma pequena guerra civil dentro do campo republicano, quando o Coronel Casado, comandante do Exército do Centro, dá um golpe de estado em Madrid, apoiado pelos oficiais de carreira (que acreditavam que "entre militares nos entenderemos melhor"), golpe este que tinha como objectivo a ruptura com os comunistas para facilitar negociações com os franquistas, enquanto o governo Negrín, partidário da continuação da resistência - e esperando que o estalar iminente da Segunda Guerra Mundial trouxesse novos apoios aos republicanos - refugia-se na chamada Posição Yuste.
Os franquistas, no entanto, exigem dos casadistas a rendição incondicional, e Madrid cai em 26 de março. Com a queda de Valência e Alicante em 30 de Março, e de Múrcia em 31, a guerra termina em 1o. de Abril.
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