sábado, 5 de janeiro de 2008

Cantinho da Historia Universal -- parte XIX

"O Fascismo"


O fascismo é uma doutrina totalitária de extrema-direita desenvolvida por Benito Mussolini na Itália, a partir de 1919, e durante seu governo (1922–1943 e 1943–1945). Os fascistas italianos também ficaram conhecidos pela expressão camisas negras, em virtude do uniforme que utilizavam.

Mussolini fundou o movimento fascista em 23 de Março de 1919, numa reunião feita na cidade de Milão. Entre os membros fundadores estavam os líderes revolucionários sindicalistas Agostino Lanzillo e Michele Bianchi.

Em 1921, os fascistas passaram a desenvolver um programa que exigia a república, a separação da igreja do estado, um exército nacional, um imposto progressivo para heranças e o desenvolvimento de cooperativas.O estado fascista de Mussolini foi estabelecido aproximadamente uma década antes da chegada de Hitler ao poder.


O fascismo foi de certa forma o resultado de um sentimento geral de ansiedade e medo dentro da classe média na Itália do pós-guerra, que surgiu no seguimento da convergência de pressões interrelacionadas de ordem económica, política e cultural. Sob o estandarte desta ideologia autoritária e nacionalista, Mussolini foi capaz de explorar os medos perante o capitalismo numa era de depressão pós-guerra, o ascendente de uma esquerda mais militante, e um sentimento de vergonha nacional e de humilhação que resultaram da "vitória mutilada" da Itália nos tratados de paz pós Primeira Guerra Mundial. Tais aspirações nacionalistas não realizadas (ou frustradas) manchavam a reputação do liberalismo e do constitucionalismo entre muitos sectores da população italiana. Adicionalmente, tais instituições democráticas nunca cresceram ao ponto de se tornarem firmemente enraizadas na nova nação-estado.

À medida que essa mesma depressão do pós-guerra fez crescer a sedução pelo Marxismo entre o proletariado urbano, ainda mais desprovido de direitos do que os seus contrapartes no continente, o receio relativamente à força crescente do sindicalismo, o comunismo e o socialismo proliferaram entre a elite e a classe média. De certa forma, Benito Mussolini preenchia um vácuo político. O Fascismo emergiu como uma "terceira via" — como a última esperança da Itália para evitar o colapso iminente do "fraco" liberalismo italiano, e a revolução comunista.

Ao mesmo tempo que falhava em delinear um programa coerente, o fascismo evoluiu para um novo sistema político e económico que combinava o corporativismo, o totalitarismo, nacionalismo, e anti-comunismo num estado desenhado de forma a unir todas as classes num sistema capitalista, mas um novo sistema capitalista no qual o estado detinha o controlo da organização de indústrias vitais. Sob a bandeira do nacionalismo e poder estatal, o Fascismo parecia sintetizar o glorioso passado romano com uma utopia futurista.A sedução pelo movimento, a promessa de um capitalismo mais ordenado após uma era de depressão económica do pós-guerra, no entanto, não se confinava à Itália ou mesmo à Europa.


Nos anos 30 do século XX, a Itália recuperava da Grande Depressão, e obtinha o crescimento económico em parte pela substituição de importações pela produção doméstica (Autarchia). A drenagem dos pântanos de Pontine a sul de Roma, empestados de malária, foi um dos orgulhos badalados do regime. Mas o crescimento foi minado pelas sanções internacionais impostas à Itália no seguimento da invasão da Etiópia em Outubro de 1935 (a crise da Abissínia), e pelo forte esforço financeiro que o governo fez para apoiar militarmente os nacionalistas de Franco na Guerra Civil Espanhola.

O isolamento internacional e o seu envolvimento comum na Espanha vão fazer ressaltar uma crescente colaboração diplomática entre a Itália e a Alemanha Nazi. Isto fez-se reflectir também nas políticas domésticas do regime fascista italiano, as primeiras leis anti-semitas foram passadas em 1938.



A intervenção da Itália (com início em 10 de Junho de 1940) na Segunda Guerra Mundial como aliado da Alemanha trouxe o desastre militar e resultou na perda das colónias no norte e leste africanos bem como a invasão americano-britânica da Sicília em Julho de 1943 e o sul de Itália em Setembro de 1943.

Mussolini foi demitido como primeiro-ministro pelo rei Victor Emmanuel III de Itália a 25 de Julho de 1943, e subsequentemente preso. Foi libertado em Setembro por pára-quedistas alemães e instalado como chefe de uma "República Social Italiana" fantoche em Salo, no norte da Itália, então ocupado pela Alemanha. A sua associação com o regime de ocupação alemão erodiu muito do pouco apoio que lhe restava. A sua execução sumária em 28 de Abril de 1945 por guerrilheiros, durante uma fase final da guerra particularmente violenta, foi vista por muitos observadores então como o final apropriado para o seu regime.

Após a guerra, os resquícios do fascismo italiano reagruparam-se largamente sobre a égide do "Movimento Social Italiano" (MSI) neo-fascista. O MSI coligou-se em 1994 com a antiga "Democracia Cristiana" conservadora para formar a Alleanza Nazionale (AN), que proclama o seu compromisso com o constitucionalismo, o governo parlamentar e pluralismo político.

A prática do Fascismo envolveu medidas políticas e económicas, convidando a comparações diferentes. Como notado em outro lugar neste artigo, alguns escritores que focalizam suas análises nas medidas politicamente repressivas de fascismo identificam isto como uma forma de totalitarismo, uma descrição eles usam para não só caracterizar a Itália fascista e a Alemanha nazista, mas também países como a União Soviética, a República Popular de China ou a Coreia do Norte. Deve ser notado que o termo "totalitarismo" é muito amplo e inclui muitas ideologias diferentes, que são inimigas juradas umas das outras.

Regimes que se proclamaram como fascistas ou que são considerados como simpatizantes do fascismo incluem:

Áustria (1933-1938) - Austro-fascismo: Dollfu dissolveu o parlamento e estabeleceu uma ditadura clerical-fascista que durou até a Áustria ter sido incorporada na Alemanha através do Anschluss a ideia de Dollfu de um "Ständestaat" foi tirada de Mussolini.

Itália (1922-1943) - O primeiro país fascista, foi governado por Benito Mussolini (Il Duce) até que Mussolini foi capturado durante a invasão Aliada. Antes disso Mussolini tinha sido salvo da prisão domiciliária por tropas alemãs, montando de seguida um estado-fantoche no norte da Itália sob a protecção do exército alemão.

Alemanha (1933-1945) - Governada pelo movimento Nazi de Adolf Hitler (der Führer).

Espanha (1936-1975) - Após a prisão e execução em 1936 do seu fundador José António Primo de Rivera durante a Guerra Civil Espanhola, o partido da Falange fascista espanhola foi liderado pelo Generalíssimo Francisco Franco, que se tornou conhecido como El Caudillo, líder indisputado do lado nacionalista na guerra civil, e, após a sua vitória, chefe de estado espanhol até à sua morte, mais de 35 anos depois.

Portugal (1932-1974) - Menos restritivo que os regimes fascistas da Itália, Alemanha e Espanha, o Estado Novo de António de Oliveira Salazar era no entanto um regime quasi-fascista, ou melhor ainda, um regime autoritário de inspiração integralista e fascista.


Grécia - a ditadura de Joannis Metaxas entre 1936 e 1941 não era particularmente ideológica na sua natureza, e pode por isso ser caracterizada mais como autoritária do que fascista. O mesmo pode ser argumentado sobre a ditadura militar do Coronel George Papadopoulos entre 1967 e 1974, que foi apoiada pelos Estados Unidos.

Brasil (1937-1945) - Muitos historiadores argumentam que o Estado Novo brasileiro sob a liderança de Getulio Vargas foi uma variante sul-americana dos regimes fascistas do continente europeu. De inspiração fascista e iluminado por uma tradição autoritária e conservadora nacional, e carregada de um espiritualismo próprio, a Ação Integralista Brasileira pode ser, de forma muito generalizada, considerada um movimento fascista, embora seu líder, Plínio Salgado, desse uma ênfase exagerada à sua doutrina, diferente dos congéneres europeus, que priorizavam a acção.

Noruega (1943-1945) - Vidkun Quisling tinha efectuado um golpe de estado durante a invasão alemã em 9 de Abril de 1940. Este primeiro governo foi substituido por um outro governo fantoche Nazi a partir de 1 de Fevereiro de 1943. O seu partido nunca teve qualquer apoio substancial na Noruega.

Argentina (1946-1955 e 1973-1974) - Juan Perón admirava Mussulini e estabeleceu o seu próprio regime pseudo-fascista. Após a sua morte, a sua terceira esposa e então vice-presidente Isabel Peron foi deposta por uma junta militar.

África do Sul (1948-1994) - Muitos estudiosos classificam o sistema de apartheid implementado por Malan e Verwoerd como uma forma de fascismo.

1 comentário:

Anónimo disse...

Ow gorditcha!!!
tirasse isso da onde?
Bibliografia ia ser legal!